domingo, 9 de outubro de 2011

Retrato!!!

Vago sem sentir o chão,
Estranha sensação,
Já posso voar..

Vago em torno de mim,
Vagarosamente, timidamente.
Aos sons de alaridos fantasmas,
Apagando marcas de contundentes amarras.

Meus olhos se fecham olhando um retrato,
Abrindo velhas chagas de velhas memórias.

Já nem sei mais quem sou, ou talvez nunca soube;
Já nem sei mais se sou feliz, ou talvez nunca fui;
Tudo em minha volta é obscuro, medonho e sinistro;
Sou um ser cujo o ódio, o coração enegreceu...

Minha alma é pobre, sou desprezível e repulsiva...
Uma alma que vagueia sem rumo pelo espaço...
Onde meu rosto nunca se abre,
Rosto que sangra por dentro,
Arrancando cada esperança de si.

Oh! que amarga doçura...
A musica que embala do compasso,
O compasso que se arrasta para a morte,
Deixando cada chaga se esvaindo em sangue,
Iluminando pelas trevas a alma perdida,
Fechando sobre si, tudo o que desaba,
Deixando que permaneça apenas um retrato...
Retrato...
A saudade que há de matar.

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