sábado, 24 de abril de 2010

Lágrimas de sangue!!

Um sorriso brota em meus lábios sofridos,
Expressando o meu amor de modo amargurado.
Sem notar mais uma gota de sangue cai sobre mim,
Em meus espelhos, minha morte reflectida de modo claro,
Sinto espíritos por perto...
Um leve arrepio sinto em meu corpo,
Então o medo toma conta de mim,
Sinto o teu sopro de leve em meu pescoço,
O sangue que escorre sobre mim, são as lágrimas do meu
Sofrimento...
Por amá-lo e não poder estar com você em seu mundo,
Sinto a culpa...
Quando estou só, não ouço a voz, não vejo as cores...
Posso sentir, tua presença em minha alma,
Não posso tocá-lo, porque estás além dos olhos meus...
Na madrugada somos três... A tristeza, a solidão e eu...
Se estás aqui, eu adormeço em teus acalentos,
Se tu me acolhes, já me inundo de desejos.
Quem dera... Que fosses o conde de meus vícios,
A fumaça nos pulmões... O escudo, a espada e o espírito...
Eu ouço vozes e vejo vultos,
Eu bebo um gole de wisque e corto meus pulsos.
Um corpo caído, um sonho do avesso.
Já não luto contra o luto, não amputo meus impulsos...
Desmaio ao devaneio no meu leito moribundo,
Noturna... Soturna, na dor e na saudade
Nas flores do sepulcro...
Até que a morte nos separe.
A lágrima no meu rosto é mágoa...
Escuridão...
A escuridão... Nela te procuro...
E em cada tentativa,
Em cada verso,
Em cada parede,
Em cada fragmento...
Ouço bem baixinho um grito de sussurro dentro de mim.
Em uma janela do tempo... Infinita e vasta,
O amor se vê... jamais direi que te esqueci...
Amo sozinha, coisas que cavei em noites infinitas que por ai andei...
Bate forte... Muito forte...
Pego meu coração pela boca e o parto em estrelas...
Estrelas...
Sorrisos...
São as batidas de um coração apaixonado...
Uma vela ilumina a escuridão que por lá já não esta...
Brilho perdido toma um rumo diferente...
Os encaixes voltam a se unir harmoniosamente...
Como um som angelical...
Trovões bravejam meu peito,
Miro coisas com convicção...
As contas se tornam simples adições,
Que subtraem da mente todas as divisões...
Amor...
Tristeza...
Todas juntas em um momento em que a separação as une.
Lapsos trazem a memória de volta...
Um estalo desconhecido de um barulho que conheço,
Frases soltas que preciso organizar,
Escritos desorganizados fazem os versos desta palavra perdida...
Perdida em achados que pensamos não saber,
Saber sem ter sabedoria... Sincronizando encontros de luz obscura.
Um trabalho de corpo maravilhoso...
Sem respirar e ofegando,
Suspiro cada gota de suor de meu pensamento...
Pensamento...
Meu pensamento misturado no pensamento de uma lembrança futura...
Perdi-me nos caminhos que achei...
...Achei ter achado o caminho perdido de cada palavra guardada...

Homem Amante!!

Mãos que me levam,
Na suavidade de teus tons
Balsamo a transbordar em sussurros
Afagando-me em pétalas de beijos...

O gosto da tua pele,
Sal impregnado em meus lábios,
Que me mata de sede
A beira da fonte dos teus prazeres.

O teu gosto em minha boca,
Mel que sacia meus desejos
Na hora derradeira,
Do medo de te perder
Em meio aos lençóis...

Com as liras do teu coração, veste-me
Anjo...
Tendo-me em notas de caricias
Murmura-me teus alentos em acordes...
Na partitura sonolenta dos meus olhos.

O teu cheiro impregnado em meu corpo...
Perfume raro...
Que nem a chuva lava de mim...

Teu corpo me enlaça, em rodopios suaves
Passos que me levam em delírio ao éter.
Cósmico bailado, em ritmos celestes
Alçam em rufos esperanças azuis.

O gosto da tua pele...
Sal impregnado em meus lábios
Indecências...

Quantas esteiras de luz se acendem,
Quando me tocas??
Milhares de estrelas espetam meus dedos!!
Rios se perdem deixando em abandono seus leitos!!
E um atropelo de veias...
Sangue correndo veloz
Sem saída...
Quando me tocas!!

Esculpes em meus surdos ouvidos...
Escalas musicais, gorjeios cintilantes...
Mostra-me os salões da vida, ribalta
Onde minha pernas trôpegas vacilam.

Eu ardo febril...
Tantas chamas...
Quantos gelos...
Quando me tocas...

Quantas catástrofes...
Tumultos...
Revoltas...
Provocas em mim.
Quantas loucuras submetes minha química,
Quantas queimaduras me causa a tua pele.

A quantos perigos...
Me exponho
Quando me tocas...
Que me mata de sede
À beira da fonte dos teus prazeres.

Acordas meus pensamentos torpes
Envoltos em vinhedos nebulosos...
Anestésicas trilhas, embriagadas paixões...
Onde deitei distraidamente meu coração.